segunda-feira, 11 de junho de 2012

FUNCEB ITINERANTE rumo a Seabra

Vamos ao nosso quarto destino: Seabra. Na manhã desta terça-feira, a viagem continua.

Seabra se localiza no Território de Identidade 3 – Chapada Diamantina, no Macroterritório 4. A Cidade das Rosas, título recebido graças ao clima favorável ao cultivo da flor, é o centro geográfico da Bahia. Com quase 50 mil habitantes, é também considerada a Capital da Chapada.

Na quarta-feira, 13 de junho, o encontro de debate das políticas públicas para as Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Dança, Literatura, Música e Teatro acontece na Pousada Seabra (Av. José de Aquino, s/n - Vasco Filho). O credenciamento de participantes é das 8h30 às 9 horas, e o encontro segue até as 18 horas, com intervalo de almoço entre meio-dia e 14 horas.

Participem!

Ponto de Cultura Bacia do Rio Corrente - Biblioteca Eugênio Lyra

Localizada no bairro popular do Malvão, em Santa Maria da Vitória, a Biblioteca Eugênio Lyra, integrada ao Ponto de Cultura Bacia do Rio Corrente, promove oficinas de leitura, contação de estórias, vídeo, informática, desenho, pintura e produção de carrancas, dentre outras atividades.

Sede da instituição

Angélica Rodrigues de Oliveira, coordenadora do Ponto de Cultura Bacia do Rio Corrente - Biblioteca Eugênio Lyra, em Santa Maria da Vitória

As crianças são o principal público do local

Leitura em grupo

Assista ao vídeo com entrevista que fizemos com a coordenadora do Ponto de Cultura Bacia do Rio Corrente - Biblioteca Eugênio Lyra, Angélica Rodrigues de Oliveira:

Urnas indígenas: patrimônio histórico

Em 1999, foram descobertas urnas funerárias indígenas em um terreno da cidade de São Félix do Coribe. Com idade desconhecida, o objeto de cerâmica que contém uma ossada é um indício de que a região tenha sido um cemitério indígena e, portanto, deva ser considerada sítio arqueológico.

Terreno onde foram encontradas urnas funerárias indígenas em 1999, em São Félix do Coribe

Urna funerária indígena encontrada em São Félix do Coribe, em 1999


Sociedade Filarmônica 6 de Outubro

Banda filarmônica de Santa Maria da Vitória, a Sociedade Filarmônica 6 de Outubro foi fundada em 22 de novembro de 1908, sendo mais antiga que o próprio município.

Sede da Sociedade Filarmônica 6 de Outubro

Eduardo Rodrigues de Lima, Nelson da Silva Neves, Waldy Evangelista Gomes e Altamiro Francisco de Jesus, músicos da Filarmônica 6 de Outubro

Casadinha da Cultura

Na cidade de São Félix do Coribe, vizinha a Santa Maria da Vitória, não se pode definir se o casal Ana Helena Bomfim e Chico Mallero trabalha com arte na própria casa ou se mora no ateliê de trabalho

Chico Mallero e Ana Helena Bomfim são artistas residentes em São Félix do Coribe e impulsionam a cultura local

Ana Helena Bomfim desenvolve atividades artísticas em teatro e poesia desde os anos de 1980, mas foi na última década que ela se debruçou com mais dedicação à produção de fanzines literários, cujo formato ela considera como “uma forma de divulgar o trabalho de muitos autores, que ficam engavetados por falta de condição de serem publicados e acabam se perdendo”.

A poetisa realiza palestras e oficinas em escolas públicas da região, para divulgar a técnica que ela considera “muito rica e, ao mesmo tempo, barata e de fácil acessibilidade”. Ana Helena é autora de fanzines de poesia, como o “Fio do Rio” e o “Santa do Porto Centenário”, sobre os 100 anos de emancipação de Santa Maria da Vitória, e organiza títulos coletivos, como o “São Félix: Feliz Cidade”, coletânea de poemas de alunos e poetas convidados em comemoração ao 21º aniversário da cidade.

De tradicionalmente fotocopiados, os fanzines passaram a ser escaneados, para se preservar o design das publicações, impressos em gráfica e vendidos a preços simbólicos, sendo a receita reinvestida na produção de mais tiragens.

Ana Helena foi contemplada pela 1ª Chamada do Calendário das Artes 2012, edital da FUNCEB, para realizar o projeto “Livro Q Fiz-Zine Poesia”, que prevê a realização de oficinas de produção de fanzines de poemas nos municípios de São Félix do Coribe, Santa Maria da Vitória e Jaborandi, atingindo um público de 16 pessoas por cidade, entre 10 e 29 anos de idade, com posterior publicação do produto final.

Sobre a premiação, Ana Helena considera “uma injeção de ânimo”: “Foi um apoio para a gente continuar produzindo mais, uma oportunidade de ter um recurso para aplicar na construção de uma coisa na qual a gente acredita e de oportunizar que outras pessoas façam seus trabalhos. Não é uma conquista só minha, mas de um grupo”, explica a poetisa, que reuniu em casa artistas da região em uma oficina de projetos, por ocasião da inscrição no Calendário das Artes.

Chico Mallero, esposo e incentivador de Ana Helena, é artista plástico autodidata, e atualmente se dedica à pintura e à escultura a partir de vários materiais, especialmente madeira, resina acrílica e cimento, além de trabalhar com obras de ferro reciclado, como nas conhecidas esculturas que figuram na Praça Governador Luiz Viana Filho, conhecida como Praça do Jacaré, em Santa Maria da Vitória.

Obras de Chico Mallero

Ateliê na residência do casal

Além de exímio escultor, Chico Mallero é também luthier, construtor e reparador de instrumentos de corda como violão e violino. “Eu achava que era apenas fazedor de violão, não sabia que isso era uma arte antiga, com tamanha importância. Certa feita, vendi uma televisão, enchi um saco de serrote, peguei a esposa e o filho recém-nascido e fui para Salvador, participar da Oficina de Investigação Musical, no Pelourinho, durante três anos. Foi uma fase interessante da minha vida, que me rendeu grandes encomendas. Até hoje recebo ligações de artistas como Geraldo Azevedo”, conta Chico Mallero, orgulhoso.

O artista plástico ainda é requisitado para montagem de ornamentação em festas de São João e de presépios natalinos. “Eu sou um trabalhador artístico. O nome artista tem uma ênfase, mas na verdade ele é um trabalhador comum. Eu sou autodidata em tudo, mas pesquiso muito, porque não se pode fazer nada sem estudo”, conclui Chico Mallero.

Além das suas atividades individuais, o casal ainda é parceiro no grupo musical Porto Calendário, nome dado em homenagem ao romance do santa-mariense Osório Alves de Castro, projeto registrado no CD “Mesclado”.

Casa de mulheres, homens e livros

Na fachada, o slogan “Não pedimos ao povo que creia; pedimos ao povo que leia” sintetiza a missão da Biblioteca Campesina

Quem adentra hoje as dependências da Biblioteca Campesina, situada no centro de Santa Maria da Vitória, nem sequer pode imaginar que há 32 anos a instituição abria suas portas, ocupando um espaço minúsculo de dois metros quadrados, onde mal cabiam três caixas de maçã que serviam de estantes. A Ditadura Militar vigorava no Brasil, ainda que já insustentável, quando, em 15 de fevereiro de 1980, Joaquim Lisboa Neto, conhecido como Kynkas, e seus companheiros de jornal e movimento social escreviam uma página importante na história e na cultura não apenas de Samavi (abreviatura de Santa Maria da Vitória), como de todo o território da Bacia do Rio Corrente e até do Oeste Baiano.

Fachada da Casa de Cultura Antônio Lisboa de Morais - Biblioteca Campesina

O acervo, estimado em mais de 30 mil títulos – dentre livros, revistas e outras publicações – e em centenas de obras audiovisuais, põe à disposição da sociedade santa-mariense um repertório imensurável de conhecimento sobre as mais diversas áreas, de literatura infantil a periódicos estrangeiros, sobretudo sobre temas referentes à cultura e à história dos povos e movimentos sociais do Brasil e da América Latina. Nas paredes do espaço, pôsteres, quadros e fotografias registram, simultaneamente, a memória da região e do mundo.

Acervo de livros

Paredes também contam histórias

Inicialmente pensada para atender ao público do campo e das periferias de Samavi e região, a Biblioteca Campesina hoje é referência para estudantes, educadores e pesquisadores da cidade e do seu entorno. Parte integrante da Casa de Cultura Antônio Lisboa de Morais, fundada em março de 1982, e transformada em Ponto de Leitura, a Campesina detém obras raras da literatura regional, como, por exemplo, as primeiras edições de “Porto Calendário”, romance do santamariense Osório Alves de Castro, premiado em 1962 com o Prêmio Jabuti de Literatura.

Entre as obras raras, uma Bíblia de 1608

Para Kynkas, que, além de coordenador do espaço, também desempenha a função de coordenador municipal de Cultura, a apropriação da biblioteca pela comunidade ainda está aquém do desejado. Ele se ressente do fato de a internet ter, de certo modo, afastado os leitores dos acervos físicos. Sua dedicação ao acesso público e irrestrito ao conhecimento prova, no entanto, que livros e ideais jamais se tornam obsoletos.

Joaquim Lisboa Neto, o Kynkas, é coordenador da Casa de Cultura Antônio Lisboa de Morais e coordenador municipal de Cultura

O encontro do FUNCEB ITINERANTE em Santa Maria da Vitória

O terceiro encontro do FUNCEB ITINERANTE 2012 aconteceu nesta segunda-feira, 11 de junho, em Santa Maria da Vitória, no Espaço Múltiplo Uso. O município, localizado no Território de Identidade 23 – Bacia do Rio Corrente, representou o Macroterritório 5 entre as reuniões realizadas nesta edição do projeto.

Nehle Franke, diretora da FUNCEB; Kuka Matos, assessor de Relações Institucionais da FUNCEB; Amário dos Santos Santana, prefeito de Santa Maria da Vitória; Joaquim Lisboa Neto, coordenador de Cultura de Santa Maria da Vitória; e Uilson Pedreira, assessor da Sudecult

As atividades foram abertas com fala do prefeito da cidade, Amário dos Santos Santana, seguido por Nehle Franke, diretora geral da FUNCEB. Também estava presente Joaquim Lisboa Neto, coordenador municipal de Cultura. Entre os participantes, havia artistas, educadores, gestores, coordenadores de Pontos de Cultura e representantes de movimentos sociais e culturais, com cidadãos de Santa Maria Vitória, da cidade vizinha São Félix do Coribe, de Correntina e de Cocos.

Amário dos Santos Santana, prefeito de Santa Maria da Vitória, faz a fala de abertura do encontro do FUNCEB ITINERANTE no município

Após a apresentação inicial da FUNCEB sobre a instituição e suas ações, o debate com a sociedade trouxe questões relacionadas à gestão municipal da Cultura e as obrigações deste setor – como a necessidade de conduzir seus trabalhos em articulação com os governos estadual e federal, além do estabelecimento de um Conselho Municipal de Cultura. Também se falou nas limitações que eles notam na comunicação e na mobilização da comunidade cultural local e na percepção que eles têm de que o Oeste da Bahia é subjugado em relação às outras regiões do estado.

Artistas locais e gestores da FUNCEB reunidos em debate

Participantes do encontro puderam apresentar suas demandas em relação à gestão da Cultura na Bahia

A inexistência de equipamentos culturais qualificados na cidade, tais como teatros, cinemas e museus, e a manutenção de manifestações populares foram outras pautas importantes, bem como o acompanhamento dos projetos apoiados através de mecanismos da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA) e da FUNCEB, cujo procedimento foi questionado pelos presentes.

Depois do intervalo do almoço, a FUNCEB apresentou o Calendário das Artes, edital cuja 2ª Chamada está com inscrições abertas e que pode atender a demandas apresentadas no encontro. Estava na plateia, inclusive, a arte-educadora Ana Helena Bomfim Oliveira, de São Félix do Coribe, que foi contemplada na 1ª Chamada do concurso com o projeto “Livro Q Fiz-Zine Poesia”.

Ana Helena Bomfim Oliveira, de São Félix do Coribe, foi contemplada na 1ª Chamada do Calendário das Artes e pôde compartilhar sua experiência

Aconteceram também os encontros setoriais, para aprofundamento das discussões específicas de cada setor artístico, ao lado dos coordenadores das áreas. Por fim, foi feita a eleição de membros dos Grupos de Articulação Setorial (GAS), que, ao lado de representantes eleitos em toda a Bahia, vão dar andamento ao processo de formação dos Colegiados Setoriais das Artes da Bahia, previstos no artigo 13 da Lei 12.365/2011 – Lei Orgânica da Cultura.

Foram eles:
Artes Visuais
Titular: Francisco Antônio de Oliveira
Suplente: Fernanda Pereira Alves
Audiovisual
Titular: Marcos Rogério Beltrão dos Santos
Não houve suplente
Dança
Titular: José Roberto da Silva Neves
Suplentes: Samuel Guimarães Santos e Silvânia Ramos Dourado
Literatura
Titular: Hermes Novais Neto
Suplente: Joaquim Lisboa Neto
Música
Titular: Cleudir da Silva Neves
Suplente: Frederico Oliveira Brito dos Santos
Teatro
Titular: Robson Vieira dos Anjos
Suplente: Ana Helena Bomfim Neves de Oliveira

Os eleitos dos Grupos de Articulação Setorial

Para a área de Circo, não houve indicação presencial, contudo, em articulação com o Coordenador do Macroterritório 5, Cléber Eduão, o grupo acima indicado mobilizará a classe artística da região para a identificação do titular e do suplente indicados para este setor.

A FUNCEB mais uma vez agradece a presença de todos e a simpática acolhida, e pela rica oportunidade de ver de perto o que acontece nesta região da Bahia.